Geisha de Janeiro
PRODUTOR: Luiz Paulo
FAZENDA: Santuário Sul
REGIÃO: Carmo de Minas, MG
VARIEDADE: Gesha
PROCESSO: Natural Anaeróbico Dark Room
ALTITUDE: 1300 M
Frutas vermelhas
O tempo ideal para o café revelar seu potencial
Após a torra, o café continua passando por transformações internas. Nos primeiros dias, gases como CO₂ ainda estão sendo liberados, e é comum que sabores mais ásperos, secos ou desequilibrados apareçam na xícara.
Por isso, recomendamos aguardar entre 15 a 20 dias antes de iniciar o consumo. Esse período permite que os sabores estabilizem e que o perfil do café se apresente de forma mais limpa, doce e precisa.
Cafés com maior densidade costumam evoluir ainda mais com o tempo, podendo atingir seu auge após 4 a 6 semanas.
Para preservar essa evolução, mantenha os grãos na embalagem original, bem vedada, protegida de luz, calor e umidade
Nossos cafés são torrados por demanda, e podem levar ate 1 semana para serem despachados.
luiz paulo
Luiz Paulo é mais do que um produtor. Nascido em Carmo de Minas, ele representa uma geração que não apenas herdou a tradição da cafeicultura, mas decidiu reinventá-la. Primeiro de quatro irmãos, cresceu em meio às lavouras, mas nunca se limitou ao que já existia. Ao longo dos anos, transformou o café em algo maior: um motor de mudança, inovação e reconhecimento internacional.
Hoje, Luiz Paulo lidera um conjunto de fazendas que se destacam pela qualidade, sustentabilidade e inovação. Mas o alcance de seus feitos vai muito além das porteiras. Com a fundação da CarmoCoffees, ele ajudou a criar uma ponte entre o produtor e o mundo — revelando ao mercado global a identidade única dos cafés da Mantiqueira de Minas.
Ele foi um dos primeiros a enxergar o potencial dos cafés especiais da região e a tratar o produtor como protagonista da cadeia. Através de sua atuação, cafés antes desconhecidos passaram a ser valorizados como microtesouros. E com isso, centenas de famílias encontraram novas possibilidades de renda, dignidade e futuro no campo.
Mais do que um nome no rótulo, Luiz Paulo é parte da história moderna do café brasileiro. Um produtor, empreendedor e visionário que soube unir tradição, inovação e propósito — sempre com os pés na terra e os olhos no mundo.
Santuário sul
Localizada em Carmo de Minas, é uma das iniciativas mais ousadas e visionárias de Luiz Paulo. Mais do que uma fazenda, ela é um laboratório vivo de inovação, onde tradição e experimentação se encontram para redefinir o perfil do café brasileiro.
Com mais de 30 variedades exóticas cultivadas — incluindo Gesha, Sudan Rume, Acaia e a híbrida Starmaya — a Santuário Sul aposta na diversidade genética como caminho para novos sabores e experiências sensoriais. As lavouras são manejadas com práticas diferenciadas, como sombreamento e colheita seletiva, e os processos pós-colheita incluem fermentações controladas com leveduras específicas, desenvolvidas em parceria com especialistas da indústria do vinho.
Luiz Paulo acompanha pessoalmente as primeiras provas de cada lote, garantindo que cada café reflita o potencial máximo do terroir da Mantiqueira de Minas. A fazenda também investe em estruturas inovadoras de secagem, como estufas com cobertura azul, que realçam nuances delicadas nos grãos.
A Santuário Sul é, portanto, um símbolo do “Novo Café do Brasil” — uma proposta que une excelência, sustentabilidade e ousadia, colocando os cafés brasileiros no centro das atenções do mercado global de especiais.
Gesha de janeiro
Colher café em janeiro não é comum na Mantiqueira de Minas. A maior parte da safra já foi encerrada, e os pés estão em descanso. Mas esse lote seguiu outro ritmo. A maturação aconteceu fora do esperado, e a equipe da Fazenda Santuário Sul soube escutar os sinais. Luiz Paulo, sua irmã e um time experiente foram a campo, colhendo manualmente apenas os frutos no ponto ideal, com o cuidado de quem conhece a planta e respeita seu tempo.
O que torna essa colheita ainda mais especial é a variedade: Gesha. Originária da Etiópia e mundialmente reconhecida por sua complexidade e elegância, o Gesha exige atenção absoluta — tanto no cultivo quanto na colheita. Na Santuário Sul, ele é tratado como merece: com precisão, paciência e reverência.
O resultado é um café raro, nascido fora da época, mas com tudo no lugar. Um Gesha colhido em janeiro — improvável, delicado e absolutamente memorável.
Dark room
No método Natural em Dark Room, as cerejas de café são colocadas para secar inteiras em um ambiente controlado, com nenhuma luz, conhecido como dark room. Esse processo reduz a exposição ao oxigênio e estabiliza a fermentação, permitindo que os açúcares e compostos da polpa se integrem aos grãos de maneira mais intensa e uniforme.
A baixa luminosidade e o controle da umidade e temperatura retardam a secagem, prolongando a fermentação e promovendo o desenvolvimento de sabores mais complexos. Esse método pode resultar em cafés com notas frutadas profundas, corpo aveludado e uma acidez equilibrada, além de potencializar características exóticas e intensas no perfil sensorial.